[Resenha] As Crônicas de Nárnia - C. S. Lewis

quinta-feira, agosto 30, 2012

Autor: C. S. Lewis
ISBN: 9788578270698
Editora: WMF Martins Fontes
Páginas: 751
Sinopse: Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal - o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro que tem tudo isso é "O leão, a feiticeira e o guarda-roupa", escrito em 1949 por Clive Staples Lewis. Mas Lewis não parou por aí, seis outros livros vieram depois e, juntos, ficaram conhecidos como "As crônicas de Nárnia". Nos últimos cinquenta anos, "As crônicas de Nárnia" transcenderam o gênero da fantasia para se tornar parte do cânone da literatura clássica. Casa um dos sete livros é uma obra-prima, atraindo o leitor para um mundo em que a magia encontra a realidade, e o resultado é um mundo ficcional que tem fascinado gerações. Esta edição apresenta todas as sete crônicas integralmente, num único volume magnífico. Os livros são apresentados de acordo com a ordem de preferência de Lewis, cada capítulo com uma ilustração da artista original, Pauline Baynes. Enganosamente simples e direta, As crônicas de Nárnia continuam cativando os leitores com aventuras, personagens e fatos que falam a pessoas de todas as idades, mesmo cinqüenta anos após terem sido publicadas pela primeira vez.


É difícil falar sobre esse livro, afinal, não é só um livro, são sete. Os sete livros são um melhor que o outro. Toda vez que eu terminava de ler uma crônica, pensava "essa sem dúvida é a melhor", e me surpreendia ao ver que a próxima era tão boa quanto a anterior.

A primeira crônica, chamada O Sobrinho do Mago, é a mais simples de todas elas, e até um pouco curta. Digory e Polly acabam indo para Nárnia por meio de alguns anéis mágicos. Quando eles chegam lá, Nárnia ainda não existe, e eles veem ela ser criada pelo próprio Aslam, o leão, rei dos reis de Nárnia.
Me surpreendi quando li essa crônica, pois no filme (o leão, a feiticeira e o guarda-roupa), eles não explicam como Nárnia foi criada, e muita coisa é deixada para trás (um verdadeiro problema das adaptações).

- Nárnia, Nárnia, desperte! Ame! Pense! Fale! Que as árvores caminhem! Que os animais falem! Que as águas sejam divinas!
O sobrinho do mago pág. 64

A segunda crônica é a mais famosa, e a primeira a ser escrita. O Leão, a feiticeira e o guarda-roupa. Uma das minhas crônicas favoritas. Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia vão para Nárnia através de um guarda-roupa. Chegando lá, eles descobrem que uma tirana feiticeira está governando Nárnia, fazendo com que seja sempre inverno, e nunca chegue o Natal.
Nessa crônica, achei o personagem Edmundo muito legal, apesar dele ficar caçoando da irmã mais nova (Lúcia). É impossível não deixar de comparar com o filme, e confesso que quando li a crônica, passei a gostar mais da adaptação, apesar de deixar a desejar em algumas partes.

(...) Não tentem ir para Nárnia. Nárnia acontece.
O leão, a feiticeira e o guarda-roupa. pág 186

A terceira crônica não foi tão interessante quanto as outras. Ela chama O cavalo e seu menino, e conta a história de Aravis e Shasta, duas crianças que querem fugir do país onde moram, (país vizinho de Nárnia - Nárnia não é um planeta como muita gente pensa, Nárnia é um país e tem vários outros países vizinhos), os dois querem fugir e ir para Nárnia. 
De todos os personagens, gostei mais do cavalo Bri, que é como o "dono" de Shasta. Em Nárnia, não são os humanos que tem cavalos, e sim os cavalos que tem humanos, daí o nome, o cavalo e seu menino.

Mas os mortos são iguais a todos os mortos.
O cavalo e seu menino pág 209

A quarta crônica recebeu o título de Príncipe Caspian, também adaptada para o cinema. No início estava odiando a crônica, por causa do Caspian. Ele era muito irritante, mas depois no meio da história, Caspian ficou legalzinho e eu fiz as pazes com ele. rs'

Mas as coisas nunca acontecem duas vezes da mesma maneira.
Príncipe Caspian pág 359

A quinta crônica é A viagem do Peregrino da Alvorada, ouvi dizer que também ganhou uma adaptação, mas ainda não pude vê-la. Nessa crônica, somente Lúcia, Edmundo e Caspian reaparecem, alguns novos personagens são apresentados, entre eles, Eustáquio, um menino irritante que teima em não acreditar que está fora da Terra. Os três (Lúcia, Edmundo e Eustáquio) vão para Nárnia pela magia de um quadro. 

Cheguei a pensar que essa crônica era a melhor, mas me enganei, a cada livro as histórias ficam mais interessante. A narrativa segue em ritmo acelerado, as páginas estão cheia de suspense e você não consegue largar o livro antes de descobrir o que vai acontecer. A viagem do Peregrino da Alvorada pode não ser a melhor crônica, mas de todas elas, essa eu queria ter vivido.

- Aslam, o que chama de breve? - indagou Lúcia.
- Para mim, todo tempo é breve - respondeu Aslam.
A viagem do peregrino da alvorada pág 476

A sexta crônica é A cadeira de prata. Eustáquio está de volta, junto com uma garota chamada Jill. Um príncipe chamado Rilian está desaparecido há dez anos, ninguém sabe o que aconteceu com ele.
A missão dessas duas crianças é achar Rilian [spoiler - selecione para ler] filho de Caspian, [fim do spoiler] e levá-lo de volta para Nárnia, a fim de se tornar rei.

Essa foi a crônica que mais me agradou. Jill é uma garota muito corajosa - aliás, a exceção de Susana, todas as outras são - e ajuda quase sem por cento do tempo. Uma das minhas personagens preferidas do livro.

Outro personagem que gostei, que faz parte dessa crônica, é o Brejeiro. Ele é um homem-sapo, ou alguma coisa parecida, e as crianças o apelidaram de "Pé-frio". Brejeiro é muito pessimista, e a todo momento ele  fala que as coisas vão dar errado. Apesar de pé-frio, ele ajuda as crianças e ainda faz a crônica ficar muito mais engraçada.

Estou do lado de Aslam, mesmo que não haja Aslam. Quero viver como um Narniano, mesmo que Nárnia não exista.
A cadeira de prata pág 599

A sétima e última crônica, chama A última batalha. Nessa crônica, todos os humanos que vieram da Terra para Nárnia reaparecem, menos um, que não vou falar quem é.
Acontece que, nessa crônica, um macaco disfarça um jumento com uma pele de leão e diz que ele é o próprio Aslam. Como Aslam não aparecia há tempos, e ninguém conhecia um leão, os Narnianos acreditaram na mentira do macaco. O macaco começa, então, a escravizar os animais de Nárnia e desmatar as florestas, matando as Dríades e as Naíades.

Essa é a crônica mais emocionante. Foi muito divertido ver todos os amigos de Nárnia (os humanos que foram para lá eram chamados assim) reunidos. Eu ficava imaginando como seria todos eles juntos, e tive a surpresa de descobrir que no fim eles se encontravam.

- Quer dizer, então - disse o rei, após um longo silêncio -, que Nárnia já não existe.
A última batalha

O autor soube dar um final digno do livro, fechando com chave de ouro. Fiquei emocionada quando terminei de ler, e ainda presa ao livro, de um modo que só os livros realmente bons conseguem fazer. Alguns dias depois de terminar de ler, sonhei com Nárnia (segunda vez que sonho com livros), mas meu sonho não vem ao caso.

Por fim, C. S. Lewis fala de três maneiras de escrever para crianças, que depois que li, percebi que o texto não é o que o título sugere. Lewis fala um pouco dos contos de fadas, das histórias infantis e outros assuntos, mas não é muito interessante.

As crônicas de Nárnia é um livro maravilhoso, desses que faz a gente viajar para dentro da história. É infantil, eu sei, mas para mim, não há nada mais gostoso que ler um livro infantil. E tenho certeza que, depois de ler esse livro, você também ficaria com vontade de entrar no guarda-roupa ou atravessar um espelho, e por pura magia, acabar parando em Nárnia.


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29 comentários

  1. As Crônicas é simplesmente magnífico!

    Confesso que no começo achei estranho. Tinha visto o filme e não entendi nada. Mas o primeiro livro, O Sobrinho do Mago é incrível. Acho maravilhoso o modo como Nárnia "nasceu", por assim dizer.

    E o último A Última Batalha me fez chorar muito. Ui, até me arrepio só de pensar!! Eu terminei de ler e fiquei.....

    Sem saber o que pensar. Realmente maravilhosos!
    Beijos

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  2. hua eu já li esse livro que lindo *-*

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  3. Tenho tanta vontade de ler mais a preguiça não deixa kkkk'
    Sinto inveja de quem já leu. Então minha inveja exalando ;D
    Beijos
    Bruna-Livros de Cabeceira

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    1. kkkk deixa a preguiça de lado pra ler esse livro, vale a pena

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  4. ah esse é um dos livros que vou ler um dia, só nao sei quando viu

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  5. Muito obrigada pelos comentários. é um prazer e alegria receber tão bons comentários vindos do Grande Brasil. Obrigada :)

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  6. Oi! :)
    Eu li o primeiro volume da edição separada e gostei bastante. Esse é um dos meus livros favoritos de fantasia.
    Ainda pretendo comprar o volume único pra saber a continuação.

    Bjs ;)

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  7. Nossa parece ser bem massa amo ler, com certeza quando tiver mais tempo vou procurar em uma biblioteca, beijos, já estou seguindo adorei!

    Te espero em meu blog
    californiadreams2.(blogspot.com.br)

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  8. Eu amo esse livro, comecei a ler, mas não consegui terminar, porque minha irmãzinha pede para eu ler em voz alta ai como devoro uma página atras da outra me da dor de garganta, e acabo parando!
    Mas ela vive dizendo que to devendo terminar de ler pra ela!
    Beijos Bom fim de semana!
    Pri.

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  9. Marina finalmente você deixou a preguiça de lado e leu o livro ne? hsuahsuahsu..então eu sei chegou a minha vez vou ler a ultima batalha até porque você me animou...Tenho que elogiar a resenha ta completíssima adorei mesmo PARABÉNS com todas as letras amiga!
    beijão

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  10. Maaaa... realmente adorei a resenha. Muito boa de verdade. Agora, eu assisti todas As Cronicas de Narnia que foram (perdidamente pelo Edmundo como pessoa, principalmente depois dele quase morrer no primeiro filme u.u)

    Estou louca para ler As Crônicas de Narnia, ainda não li, mas lerei o mais rápido possível u.u

    Beijinnhos,
    Kimy Gabrielli.
    blogkimygabrielli.blogspot.com

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  11. Desculpa você que fez essa crítica, mas sinceramente, porque não procura se aprofundar mais no assunto ao invés de falar coisas que não são de todo verdade? Eu, como fã de Nárnia há alguns anos e sem falsas modéstias, um bom entendedor do assunto, tendo lido e relido e lido novamente, me acho no direito de fazer algumas ressalvas, a fim de não comprometer os novos leitores a uma opinião infundada sobre as crônicas. Primeira coisa errada que você falou: O SOBRINHO DO MAGO não é uma crônica curta e muito menos simples! Como você mesma leu nas dobras do livro, as crônicas são ENGANOSAMENTE simples e diretas, portanto, você não leu como deveria, nas entrelinhas.
    Segunda coisa: você disse que O CAVALO E SEU MENINO é uma crônica desinteressante, no que eu e os outros fãs de Nárnia discordam, pois (nós que já lemos e relemos) sabemos que é ali que são apresentados os outros países daquele mundo, dando um aspecto de maior vastidão, coisa que não aconteceu nas crônicas anteriores, e, principalmente, é nessa crônica onde Aslan deixa bem claro quem Ele é, o que dá mais emoção às histórias seguintes. Além disso, os cavalos de Nárnia NÃO POSSUEM homens e homens não possuem cavalos. O que se trata no livro é que Bri foi o guia e o mentor da viagem para Nárnia, já que Shasta não conhecia nada além da ilha onde morava.
    Terceira coisa: Caspian irritante? Acho que uma leitora deveria saber que nesses casos o vilão é que causa asco e não o mocinho. Caspian era a vítima, o perseguido.
    Quarta coisa: Susana é uma pessoa corajosa, tanto que lutou em pelo menos duas batalhas pelo reino, e continua sendo até que cresce e se esquece de Nárnia, tanto que depois que se torna adulta,já não é mais considerada ''amiga de Nárnia'', mas só no último livro, onde ela não tem participação alguma, esse fato é revelado.
    Quinta coisa: Brejeiro não é um ''homem-sapo'', ele é um Paulama, um tipo de criatura inventada por Lewis. Creio que um nome assim não é tão difícil de ser usado por uma pessoa que tenciona formular uma crítica explicativa...
    Enfim, só penso que as pessoas que fazem críticas (mesmo sendo positivas como a que você fez), deveriam estudar as entrelinhas e os fundamentos de uma literatura tão fascinante e complexa como Nárnia, a fim de não se esquecerem de citar o verdadeiro embasamento cristão que está impregnado nas páginas das crônicas (ou será que isso lhe passou despercebido também?). Espero não ter sido rude, mas como um narniano de coração, eu senti que deveria esclarecer alguns pontos.
    Que Aslan esteja conosco!
    John Costa
    http://www.facebook.com/joaocostta

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    1. Antes de tudo queria agradecer o comentário e a sinceridade. Poucas pessoas tem coragem de falar a verdade.
      Só queria deixar claro que essa texto fala da minha opinião, e eu achei a Crônica o sobrinho do mago bem simples e curta, creio que entendi os significados das entrelinhas, e mesmo assim continuei achando curta. É algo que vem de mim, então não tem como ser certo ou errado.

      Segunda coisa: eu disse que o cavalo e seu menino não é uma crônica tão interessante quantos as outras (se quiser pode até conferir). Digo e repito: minha opinião. Eu sei que os cavalos não tem meninos, eu disse que era algo do tipo, apenas me expressei mal.
      Terceira coisa: Tenho total direito de gostar ou não de Caspian, assim como gosto e não gosto das pessoas que convivo. Eu sei que ele era perseguido, e o vilão deveria causar asco e etc, mas eu não gostei dele. Se você gosta dele, parabéns.
      Quarta coisa: não achei Susana corajosa, a todo momento ela quer voltar para onde eles estavam, tem medo de seguir em frente, nem mesmo queria entrar no guarda-roupa. Eu poderia ate procurar trechos para você, mas como você disse que leu o livro várias vezes, já deve ter visto isso. Também sei que ela começa a pensar que Nárnia era uma brincadeira e deixa de ser "amiga de Nárnia", só não mencionei isso porque existe uma coisa chamada spoiler, e sou totalmente contra dar spoilers para as pessoas.
      Quinta coisa: sei que ele é um Paulama, mas uma pessoa que não leu o livro saberia o que é isso? Tentei descomplicar para quem está lendo esse texto :)
      Eu percebi que tem um pouco de Cristianismo disfarçado no livro, só não citei (admito) porque na hora que estava digitando o texto não me lembrei, apesar de tudo. Soube que usavam esse livro para catequese.
      Espero que eu também não tenha sido rude, e como boa Cristã, entendi que o livro é uma maneira de levar as crianças para a igreja e não prende-las no livro.

      E já que o negocio é corrigir, o nome é Aslam, você deveria saber, já que leu o livro tantas vezes. (Até conferi para ver se não estava enganada).

      Bom, desculpa o último comentário.
      De qualquer maneira, obrigada pelo comentário e que Deus esteja com você!

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    2. Tudo bem, opiniões devem ser respeitadas, contudo, devo dizer que Aslan com n é no original em Inglês, por isso acho mais autêntico usar assim.
      Bom início de Dezembro a todos nós!

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    3. Você sabe como deixar alguém com a consciência pesada! kkkk

      Bom, o meu livro é Brazuca, então o Aslam é com m mesmo. Acho até mais bonito assim ^^
      Bom inicio de dezembro e feliz natal já de uma vez o/

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  12. Pra você também! :)

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  13. Parece ser um livro incrível! Com toda a certeza, comprarei no Natal. :)
    Eu sempre tive dúvidas sobre a criação de Nárnia. No filme, eles não explicam isso (o quê eu acho muito irritante).
    Também tem outro livro que eu super indico, o "Starters", de Lisa Price. Já leu? É muito interessante e com uma trama sensacional! Espero que tenha a oportunidade de ler algum dia.
    Kissus e obrigada pela indicação do livro!
    P.S.: Feliz Natal! \õ

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    1. Por isso não gosto de adaptações, deixam muita coisa por fora ^^

      Ainda não li Starters, mas já ouvi falar. Vou ler em breve ^^

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  14. *-*
    Amei este comentário/resenha/crítica.
    Amo Nárnia!
    Eu já li 3 vezes as 7 histórias, e cada vez que li, foi surpreendente como a primeira.
    Apesar de não ter exatamente uma preferida 'A Última Batalha' é simplesmente demais!
    C.S. Lewis deixou tanto coisa boa para nossa imaginação ao escrever as crônicas, rs

    Beijo,
    Jhosy

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  15. Apesar de discordar um pouco da sua opinião sobre "O cavalo e seu menino", que um dos meus preferidos, achei muito bem feita sua resenha. Amo muito Nárnia. E infelizmente Nárnia acontece, não dá pra ir por querer. Mas não seria ruim olhar em um quadro e de repente ser transportado para um mundo mágico!

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