AVISO: Esse post contém altas doses de amargura, de desespero e desesperança. Talvez não seja recomendado você ler se estiver passando por um processo depressivo. Leia com cautela, e se estiver te fazendo mal, feche o post.
Sei que as coisas estão desandando na minha vida quando eu começo a sentir saudades de quem eu já fui. Ao contrário do popular, em que se olha pra trás e percebe o quanto éramos ingênuos e imaturos, eu sempre olho pra trás e sinto que emburreci ao longo dos anos. Não estou falando de burrice em um sentido acadêmico ou de inteligência (embora no momento eu pense que se trata disso também), mas no sentido em que eu parecia ter algum tipo de sabedoria e que estou sempre a perdendo o ao longo dos anos.
Cada ano que passa eu perco um pouco as esperanças, o otimismo e a alegria, e me torno mais ranzinza, mais cínica, mais niilista e mais fatalista. "As coisas são assim mesmo e nunca vão mudar" era uma frase que eu odiava nos meus ~tempos de juventude~. Hoje sou eu quem fala isso. Não sei o que aconteceu ao longo do caminho, se foram as inúmeras decepções com tudo, se foi a pandemia, se foi o governo Bolsonaro, se foi ter percebido que grande parte da população é fascista e preconceituosa, se foi a falta de emprego ou se foi voltar sempre aos mesmos ciclos de sofrimento que não consigo escapar, mas sinto que perdi essa parte de mim que acreditava em boas mudanças (ênfase no "boas", porque acredito que tudo pode mudar pra pior), e não sei como pegar de volta. Nem mesmo sei se quero pegar de volta. De que adianta ter esperança se ela nunca se concretiza? A esperança só serve pra torturar a gente com mais decepções.
- domingo, julho 31, 2022
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