Construir o caminho enquanto caminhamos

quarta-feira, março 29, 2023

A imagem mostra uma paisagem com tons de verde e azul com uma pequena kombi em miniatura apoiada em uma rocha

Tem algum tempo, algumas semanas, meses até, que venho pensando em abrir esse editor e escrever. O que, exatamente? Não sabia, mas vinha pensando nisso. Manter o blog atualizado com ao menos um post por mês sempre foi uma meta que renovei ano após ano. Mas e então, o que? Ainda não encontrei uma resposta. Pensei se tratar de mais um daqueles bloqueios criativos. Bloqueios que são comuns no meio da escrita e que faz muita gente ter dor de cabeça por aí. Mas seria de fato bloqueio? Eu realmente preciso escrever um post?

Nos últimos anos, principalmente de 2018 pra cá, tudo que tenho tentado fazer é retomar minha rotina antiga. Minha rotina que finalizou (ou deveria ter finalizado) quando terminei a faculdade. Voltei pra minha cidade natal, fiquei desempregada, meus amigos todos morando longe, eu não queria perder tudo aquilo que construí — queria, a todo custo, continuar morando naquela cidade, manter as minhas amizades por perto, transitar pelas mesmas ruas, enfim... eu até tentei fazer isso, mas não durou muito tempo, depois de alguns anos, precisei voltar para minha cidade de novo. Contra a minha vontade, obviamente.

Minhas metas, planos e intenções daquela época permaneceram os mesmos durante algum tempo. Atualizar o blog uma vez por mês, ler ao menos 12 livros no ano, conseguir um emprego que me permitisse pagar contas, mudar de cidade de novo, enfim, tudo que envolvia aquela velha rotina. Até que um dia, cansada da frustração de esperar pela mudança de cidade (já tava quase há dois anos nessa história), decidi que tentaria transformar a minha cidade natal em uma cidade que fosse realmente minha.

Eu não quero ser daquelas pessoas que vivem esperando por um futuro que nunca chega, então decidi que de alguma forma transformaria esse lugar em um lugar que fosse de fato meu. Que eu conhecesse as ruas, as pessoas e os lugares tal como conhecia a cidade onde morei durante a faculdade. Que construísse histórias e memórias nos lugares por onde passava, da mesma forma que andar por minha cidade anterior me evocava memórias em toda esquina que eu esbarrava. Era uma sensação tão gostosa. Eu me sentia tão bem com tudo aquilo que tinha vivido por lá, é claro que eu não queria que acabasse.

Mas acabou.

Pode ser que um dia as coisas voltem, que eu volte pra lá, mas nesse momento, aqui onde estou agora, acabou. E eu preciso aceitar isso. Não sou o tipo de pessoa que se contenta em viver no passado, ou como disse anteriormente, vivendo esperando um futuro que não chega. Quero mais da vida que isso, sabe, e pra isso preciso abrir mão de algumas coisas. Um pedaço do meu coração sempre vai ficar naquela cidade, mas é isso, é hora de deixar ir.

E o que isso tudo tem a ver com manter o blog atualizado? Foi essa situação que me fez ter esse estalo. Estou no processo de construir minhas memórias por aqui, mas esse blog, eu preciso realmente escrever? Aquelas metas são realmente minhas metas? Ou são de um plano que fiz e agora não faz sentido mais?

Sinceramente, ainda não sei. Eu gosto daqui. Não teria vindo aqui escrever se não gostasse. Sempre vi esse espaço como uma espécie de diário de bordo: vou escrevendo aqui o que acontece na minha vida. Talvez eu abandone algumas metas, ou não, ainda estou no processo de descobrir o que fazer. Mas, por mim, estou satisfeita. Infelizmente, não finalizo esse texto com a solução mágica que encontrei nem com uma lição poética de vida. Às vezes as coisas ficam incompletas, às vezes construímos o caminho enquanto andamos por ele. Nesse momento, continuo minha jornada, descobrindo. Volto para contar o desfecho, assim que possível.

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