Sinopse: Um dia eu posso romper e me libertar.

Nada mais vai ser igual.

O destino do Ponto Ômega é desconhecido. Todas as pessoas com quem Juliette se importa podem estar mortas. Talvez a guerra tenha chegado ao fim antes mesmo de ter começado.

Juliette foi a única que restou no caminho d O Restabelecimento. E sabe que, se ela sobreviver, O Restabelecimento não sobreviverá.

Entretanto, para destruir O Restabelecimento e o homem que quase a matou, Juliette vai precisar da ajuda de alguém em quem nunca pensou que pudesse confiar: Warner. Enquanto eles lutam juntos para combater o inimigo, Juliette descobre que tudo que ela pensava saber sobre seu poder, sobre Warner e até mesmo Adam era uma mentira.

Li Incendeia-me em um único dia. Comecei a tarde, terminei de madrugada. Como li no Kindle, nem acreditei quando vi que o livro físico tem quase 400 páginas. Li tão rápido que me pareceu uma leitura curta, breve.

Nesse livro, somos apresentados as consequências dos atos do segundo livro e do spin off (Fragmenta-me), logo após Juliette ser sequestrada por Anderson. Vemos o desenrolar dos acontecimentos, do que aconteceu com o Ponto Ômega e os sobreviventes, como terminou a guerra e também como Juliette está, depois do sequestro e da experiência de quase morte.

Agora (finalmente) temos uma Juliette mais forte. Que entende seus poderes e acredita em sua capacidade, e finalmente começa a treinar e se preparar (de verdade) para a guerra. Vemos seu relacionamento com Warner avançar, e conhecemos um lado dos dois personagens que não conhecíamos. Também somos apresentados a um novo lado de Adam, e suas atitudes um pouco egoístas nos fazem entender porque parece que ninguém se importava muito com as mortes no fim do livro 2.5 (Fragmenta-me): não é que as pessoas não se importam, é Adam quem não consegue perceber as reações delas, pois está muito focado em si mesmo. Isso traz uma percepção diferente dos personagens, e finalmente conseguimos simpatizar com eles e sentir as mortes de todos.

Em Incendeia-me temos uma escrita e uma narrativa mais madura, menos confusa e sem tantas repetições e palavras riscadas. Juliette não passa mais tanto tempo dentro de sua própria mente e interage mais com o mundo, observa ao seu redor. Finalmente conseguimos ter vislumbres do mundo real pela sua perspectiva, e temos ainda uma ligeira noção de como as pessoas vivem, agora que o Restabelecimento tomou o controle. Em questão de acontecimentos, o livro é um pouco parado, a história não avança muito, pois ainda está muito focado no relacionamentos de Juliette, mas a escrita é tão envolvente que isso se torna detalhe. 

Os capítulos em que Warner e Kenji aparecem são os melhores, e é muito gostoso ver a interação entre eles. Kenji mostra um lado mais sensível, para além do alívio cômico dos últimos livros, e Warner um lado mais humano, para além da máscara de frieza que usava nos livros anteriores. Estou ansiosa para ver mais dos dois juntos, porque apesar de improváveis, a dinâmica deles é maravilhosa. Kenji é brincalhão e bobo demais, enquanto Warner é sério e metódico, o que torna a interação entre eles um acontecimento. Eu pagaria pra ter um livro só dos dois, mesmo que focado em coisas cotidianas. Se eu fosse um personagem de Estilhaça-me, esqueceria a Juliette e passaria a andar atrás desses dois o dia todo, eles são perfeitos.

Falando em personagens, ainda sinto falta de destaque para as personagens femininas, mas acredito que será assim até o final, visto que, de duas personagens femininas restantes (Lily e Alia) uma tem a personalidade da Juliette bem no início (tímida, quieta, voltada para si) e a outra quase não aparece. Uma delas tem poderes, mas não sei dizer qual, já que a personalidade delas é tão mal trabalhada que fica difícil lembrar até mesmo do nome. Pouco se sabe sobre as duas e aparentemente pouco vamos saber, já que são personagens pouco desenvolvidas e escritas para serem dessa forma. Esse é o único ponto que considero um "defeito" da saga, visto que os outros pontos que me incomodam estão muito relacionados ao gênero Young Adult e o público alvo desse tipo de leitura, o que eu venho relevando por não fazer parte desse público (falei disso na primeira resenha, de Estilhaça-me).

Pra finalizar, Incendeia-me é um bom livro, envolvente e bem escrito. Temos a finalização de um arco que iniciou em Estilhaça-me, e ficamos curiosos pra saber que rumo a história irá tomar agora. Infelizmente temos esse problema com as personagens femininas, mas não acho que vale abandonar a leitura por conta disso. Acompanhar o amadurecimento de Juliette tem sido muito prazeroso, e eu fico feliz de ter retomado a leitura da saga, tinha me esquecido completamente como é dedicar todo meu tempo a uma boa leitura.

Saga Estilhaça-me