Minha experiência com O Caminho do Artista - Parte 2

sexta-feira, abril 15, 2022

A imagem mostra uma foto de um livro apoiado em cima de um casaco de lã rosa, e com um óculos preto grande em cima

Falei aqui da minha experiência com o livro O caminho do Artista, em um post que detalhava tudo que senti e pensei nas primeiras seis semanas seguindo as propostas do livro. Hoje volto para falar da minha experiência com as últimas seis semanas, ou seja, tendo completado o caminho, e da minha experiência com o livro como um todo.

Comecei O Caminho do Artista em meados de dezembro e terminei agora em abril, não sei as datas exatas porque não anotei em lugar nenhum. Meu processo, como mencionei no primeiro post sobre esse livro, não levou exatamente doze semanas, visto que eu prolonguei algumas semanas por não ter feito as atividades propostas. Inclusive, se você não sabe do que o livro se trata, recomendo que leia a parte 1 da minha experiência pra entender melhor o que vai ser dito sobre as atividades, páginas matinais e outros detalhes sobre o livro, que não vão ser explicados novamente aqui.

Recomendo leitura: Minha experiência com O Caminho do Artista - Parte 1

Sobre as Páginas Matinais

No primeiro post mencionei que não tinha visto mudanças práticas na minha vida e que estava com dificuldade de escrever as páginas matinais, visto que escolhi um caderno A4 para essa tarefa. Bom, logo depois de escrever aquele post eu troquei as páginas matinais para um caderno A5 e a atividade fluiu bem melhor. Mantive um ritmo de escrever as páginas de 6 a 7 vezes por semana, o que facilitou muito meu processo com o livro. 

Consegui desabafar, pensar, refletir, reclamar com as páginas sem muitos julgamentos, e hoje, algumas semanas depois de ter terminado as tarefas, e sem ter escrito as páginas nenhum dia desde então, percebo o quanto as páginas me ajudaram. Sinto inclusive que minha saúde mental piorou um pouco depois de ter abandonado esse exercício, e quero voltar a escrever e adotar essa prática pra minha vida. 

Acredito que grande parte do processo se dá pelas páginas e é por isso que a autora insiste tanto para a gente escrevê-las. É nas páginas que a gente pode de fato refletir sobre o conteúdo proposto pela autora, sobre as atividades que estamos fazendo, assim como perceber o impacto que o livro está tendo em nossa vida. Nossas mudanças de pensamento, reflexões, memórias, tudo aparece de alguma forma nas páginas. Até mesmo as partes "bobas" que estamos escrevendo nos ajudam com o processo, esvaziando a mente e deixando mais espaço pra pensar sobre outras coisas. 

Por volta da 11º semana eu reli todas as páginas e percebi que tinha conseguido soluções para problemas mínimos que me incomodavam, apenas escrevendo as páginas. A sensação que tive é que, enquanto escrevia, trabalhava as coisas em segundo plano, deixando espaço para raciocinar com coisas que exigiam atenção imediata. Claro que nem todo mundo terá a mesma sensação. 

Sobre os Encontros Semanais com o Artista

Sobre os encontros com o artista, não consegui fazer muita coisa. Meus encontros se limitaram a assistir séries, vídeos bobos na internet e fazer crochê, na maioria das semanas. Uma única vez parei para desenhar. Tentei aproveitar para fazer coisas que eu não faço normalmente, ou faço com muita cobrança (como assistir séries) e achei bem produtivo, apesar de tudo. 

Não existem regras quanto a isso, busquei apenas tirar um tempo para mim e não colocar muita pressão em cima das atividades, visto que eu já me cobro bastante com muita coisa. Acredito que quem fizer os encontros voltados para atividades do próprio ramo artístico vai se sair melhor, mas eu não tirei tanto proveito. Se um dia fizer uma releitura, trabalho melhor essa parte.

Leia também: DIY: Como complicar a vida em passos simples



E então? De forma geral, como eu classifico minha experiência?

Apesar de ter feito as 12 semanas, acredito que a experiência com o livro não se resume a elas. Não vi uma "mudança da água pro vinho", mas percebi sim o início de um processo que vai levar muito tempo. Não sei quando esse processo vai se concluir, mas me dei conta de várias coisas que eu jamais teria percebido se não fosse as atividades e ideias desse livro. Por exemplo, percebi que escolhi como profissão algo que eu gosto de aprender, mas não de trabalhar, e, embora ainda não saiba o que fazer com essa informação, isso mudou toda minha relação com meu trabalho. E essa é uma das coisas que percebi com o livro e que acredito que vai levar um tempo pra assimilar.

Se está parecendo que O Caminho do Artista é delicioso de seguir, não se iluda. Tive um período de dificuldades em relação a ele e quase abandonei todo o processo, mais ou menos entre a 8ª e 9ª semana. Fiquei surpresa quando li, no próprio livro, que esse é o período em que a maioria das pessoas se sente tentada a abandonar e é quando de fato alguns desistem. Mesmo assim persisti e posso dizer que valeu a pena. Depois, por volta da décima semana, tudo começou a fluir bem melhor, voltei a me dedicar aos exercícios, a fazer as atividades e trabalhar mais meu lado artístico, o que tem refletido em algumas posturas que adotei em minha vida.

Da mesma forma, não é um livro milagroso, e apesar da autora relatar experiências transformadoras com o uso do livro, não acho que será assim pra todo mundo. Nem todos vão terminar escrevendo um best-seller logo depois de concluir as etapas, então convém abaixar as expectativas. O Caminho do Artista é um ótimo disparador e ajuda muito a refletir algumas ideias equivocadas sobre arte que carregamos, mesmo sem perceber, mas toda mudança leva tempo. Não vai ser logo ao finalizar a décima segunda semana que as coisas vão acontecer.

Consigo ver essas mudanças começando em mim quando tenho novamente ideias para criar e escrever histórias, coisa que abandonei lá pra 2012 quando entrei na faculdade. Sinto vontade de desenhar de novo (embora continue achando meus desenhos ruins), algo que abandonei em 2018; tenho mais ideias de crochê e quero me dedicar e aprender novos hobbies, como pintura e bordado. Como eu disse, algumas coisas vão levar mais tempo e O Caminho do Artista não termina com o fim da leitura, mas acredito que seja um primeiro passo importante. 

Se quiser ler meus contos, acesse: Tag: Meus Contos

Se fosse pra resumir toda a experiência com esse livro, eu diria que é uma retomada. Ao menos foi assim para mim. Um processo de doze semanas para retomar e relembrar coisas que perdi ou esqueci, coisas que deixei pra trás no percurso da vida, de reaprender o que nasci sabendo e desaprender o que aprendi com a vida. Recomendo muuuito pra todas as pessoas que tenham alguma aspiração artística e que queira de alguma forma ter um pouco mais de arte em sua vida. É preciso um pouco de disciplina para cumprir as doze semanas, mas vale a pena.

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