Faz tanto tempo que não entro aqui para escrever alguma coisa (alguma coisa real, com o coração) que praticamente tinha me esquecido como abrir o editor e fazer tudo isso funcionar. O blog está cheio de bugs, mas estou sem tempo para ver isso agora. Imagino que seja coisa do google.
Não sei quantas pessoas restaram nesse mundinho da internet de escrever diários virtuais, mas quem está aqui desde sempre já está acostumado/a com a sensação de ser atropelado/a pela vida e acabar deixando o blog de lado. Pensei em vir aqui várias vezes para escrever, mas sinceramente? Eu não tinha palavras pra contar.
Aconteceu muita coisa nos últimos anos (assim, muuuita coisa), mais do que teria espaço nesse blog pra contar, e olha que o espaço das páginas são infinitos. Percebi que não escrevo nada decente desde o início de 2023, e já naquela época estava capengando para vomitar alguma coisa. Ainda não consigo acreditar que estamos em 2024. Não consigo processar que estávamos em 2019 e de repente tudo virou um vácuo e agora estamos em 2024. Para onde foram esses anos perdidos? Às vezes sinto como se eu tivesse entrado em coma em 2019, acordado em meados de 2023 e sido obrigado a continuar vivendo como se nada tivesse acontecido. Obrigado a retomar minha vida de um lugar que eu não parei, porque nem cheguei nele para começar. Quer dizer, eu não estou retomando de 2019, estou retomando de 2023, onde minha vida deveria estar, mas não está. Não é possível que só eu esteja lidando com sequelas psicológicas da pandemia até hoje.
Ando tão cansado ultimamente que às vezes gostaria de poder deitar no chão, me fundir com a terra e me tornar um com o mundo. Um jeito singelo, poético e sutil que minha mente encontrou de dizer que quer morrer, mas sem dizer que quer morrer. Porque eu não quero morrer de fato, só estou imensamente cansado da existência humana. De ser uma humana nesse mundo, de pagar contas, de acordar cedo, de ter responsabilidades, de me envolver com outras pessoas, de decidir o que comer ou quando comer e o que vestir e se quero sair e porque hoje em específico quero usar esses pronomes e não os outros e eu preciso dar comida pras minhas calopsitas e eu gosto imensamente deles e o que significa gostar de algo nessa poeira de existência? Já nem sei mais do que eu estou falando. Juro que não usei nada. Só o cansaço mesmo, de saber que existo, e que deixar de existir não é uma opção. Não pra mim. É difícil suportar o peso do mundo.
Eu não tenho nada bom, bonito ou interessante para finalizar isso aqui. Só vim aqui vomitar palavras. E preciso escovar os dentes. Percebe como sempre existe algo que precisa ser feito? Não dá para simplesmente estar vivo, como uma ameba ou uma água-viva. Viver te empurra para mais vida, e por mais que isso seja divertido e maravilhoso em alguns momentos, em outros é imensamente cansativo. Eu poderia deixar tudo de lado, mas a vida cobraria a conta amanhã. Não dá pra simplesmente estar vivo, sem a consciência de que existe um amanhã — ainda que seja apenas uma possibilidade. A "dádiva" da existência humana. Saber que se está vivo não é tão incrível quanto os gregos faziam parecer. Gostaria de poder saber como é viver sem esse conhecimento. Mas fica pra próxima.
- sábado, fevereiro 17, 2024
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