Mesmo ficando muito tempo ausente desse espaço, muito mais tempo do que já fiquei desde a criação desse blog em 2012, eu nunca quis vir aqui e me despedir. Porque, de certa forma, eu sempre soube que não dá pra dizer adeus. A internet mudou muito de 2012 pra cá, e com os blogs ficando cada vez mais nichados, alimentados por uma comunidade que está aqui só porque gosta, a pressão que eu sentia por continuar atualizando e mantendo o blog sumiu. Eu sinto que não preciso mais atualizar toda semana ou todo mês, nem dar sinal de vida, porque o público minúsculo que vai ler... apenas vai ler, quando der. E por mais que isso signifique que sem tanta cobrança eu acabe escrevendo cada vez menos, fico feliz de saber que ainda tenho esse espaço onde posso escrever, só por escrever, igual eu fazia quando criei esse espaço lá em 2012.

Mas não é disso que eu queria falar quando abri o editor. Aconteceu muitas coisas desde o último post que escrevi, em fevereiro de 2024, e é de se esperar que aconteçam mesmo muitas coisas em um intervalo de um ano. A vida está sempre virando tudo de cabeça pra baixo, e eu sinto que finalmente, depois de um longo processo de luta, estou conseguindo me recuperar de tudo o que aconteceu de 2019 pra cá.

Eu escrevi diversas vezes e em diferentes lugares sobre o quanto a pandemia me afetou, sobre o quão difícil foi aquele período e o quão difícil estava me adaptar a vida novamente, tendo que voltar as atividades como se nada tivesse acontecido, no mesmo ritmo frenético de antes, depois de passar quase três anos parada. E acho que agora, pelo menos nesse momento, posso dizer que já não me afeta tanto mais. Sinto que consegui um ritmo possível de caminhar.

Algumas coisas me ajudaram nesse processo. Recebi um diagnóstico de autismo. O que não é muito surpreendente, pra ser sincera, mas eu fiquei surpresa quando recebi o resultado. O diagnóstico tem me ajudado a perceber melhor onde estão meus limites, e principalmente não me forçar a ultrapassá-los apenas para tentar me enquadrar. Poder fazer as coisas do meu jeito também está sendo um alívio.

E eu me mudei de novo. Voltei pra Juiz de Fora, pela terceira vez, e eu jurava que depois da pandemia, não conseguiria voltar pra essa cidade mais. Consegui, e apesar das dificuldades emocionais e financeiras, está sendo muito bom. E é só o que eu tenho para dizer por enquanto.

Como eu disse antes, muitas coisas aconteceram, coisas que eu pretendo escrever sobre, coisas que vou guardar para mim, e está sendo bom. Há muito o que ser feito e principalmente melhorado, mas hoje está sendo bom, e vou me contentar com isso. Espero conseguir trazer notícias de novo.