Ultimamente tenho passado por várias situações onde alguma coisa aconteceu, como um desentendimento ou uma tarefa mal realizada, por uma falha de comunicação ou de clareza na fala de alguém, que me fizeram pensar no quanto se comunicar com outras pessoas é uma coisa doida. Cada pessoa entende o mundo a sua maneira, atribui significados diferentes as mesmas palavras, e ainda assim conseguimos conviver com outras pessoas sem estapeá-las a cada dois minutos. E o mais impressionante: conseguimos nos fazer entender. Nós de fato conseguimos fazer com que o outro compreenda o que estamos tentando dizer, e isso é muito impressionante.
Jung escreveu: “Cada palavra tem um sentido ligeiramente diferente para cada pessoa, mesmo para os de um mesmo nível cultural. O motivo dessas variações é que uma noção geral é recebida num contexto individual, particular e, portanto, é também compreendida e aplicada de modo individual particular”. Douglas Adams, de forma simplificada, disse: “Tudo o que você vê, o que ouve ou vivencia de qualquer jeito que seja é especifico para você. Você cria um universo ao percebê-lo, então tudo no universo que percebe é especifico para você.”
Nós criamos um Universo a partir de nossos sentidos, damos significados as coisas a partir de nossas experiências, compartilhamos esses significados com os outros, na expectativa de que eles vão compreender, e de alguma forma, isso ainda dá certo. Ou chega perto de dar certo. Ainda assim há quem não acredite em mágica. Se dizer para alguém "vai buscar o pão na padaria" e a pessoa de fato voltar com o pão não é mágico, eu sinceramente, não sei o que é. A quantidade de coisas que está envolvida na simples ação de mandar alguém buscar o pão e a pessoa realmente voltar com o pão é enorme. Por sorte, nós não precisamos processar tudo isso ao falar com outras pessoas, caso contrário, ninguém conseguiria manter uma conversação decente por mais de um minuto.
- terça-feira, junho 13, 2017
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