Estou relendo A menina que roubava livros pela quinta vez, desde que comprei meu exemplar da Avon, por volta de 2011. Já li esse livro tantas vezes que sei algumas passagens de cor. Meu exemplar está ficando bastante surrado, mas ainda conserva o mesmo cheio de quando o comprei — apesar do cheiro ter ficado um pouco mais fraco nos últimos anos. É engraçado que, só de pegar o livro nas mãos e sentir o cheiro dele, consigo me lembrar de situações das outras vezes que o li. Me lembro com mais facilidade da primeira leitura: eu devia ter no máximo cinco livros em casa, e os guardava numa gaveta. Tive um pouco de dificuldade de entender a leitura na primeira vez, mas lembro de ter gostado tanto que reli para entender melhor. Posso explicar minha dificuldade: a narrativa do livro não é linear. A Morte, a narradora, começa pelo final, volta no início, avança e retrocede no tempo, sem se preocupar em entreter o leitor ou fazer suspense. Também não se preocupa em explicar que está falando de algo que ainda vai acontecer, ela simplesmente conta, e então volta, a fim de nos mostrar os fatos que levaram até lá. E — essa é a parte mais interessante — quanto mais conhecimento você tem da leitura, mais interessante o livro se torna.
- segunda-feira, fevereiro 26, 2018
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