Foto por Devanath |
Às vezes eu me pego pensando em vir aqui, escrever algo, um texto grande como eu costumava fazer. Ultimamente tenho escrito pouco, me expressado pouco. Na verdade, tenho feito tudo um pouco devagar. Diminuí o ritmo, e isso está se mostrando nas coisas que ando fazendo. Sempre escrevi bastante porque pensava bastante, e também pensava rápido, e as ideias iam se acumulando. A solução era escrever. Hoje não está mais assim. Tomo o meu tempo, e desacelerando um pouco, conseguir apreciar mais o que está a minha volta. Tenho me sentido em paz dessa forma.
Quase todo dia antes de deitar para dormir, leio algumas frases Budistas que salvei no meu pinterest. Budismo para mim tem sido calmaria em meio à uma tempestade. Tinha deixado de lado minhas leituras dos ensinamentos do Buda, mas depois de um tempo afastada, voltei. Sempre me fez bem e sempre me deixou tranquila, mas por falta de tempo, e talvez por dar crédito demais as torcidas de nariz alheias, me afastei. Hoje voltei a ler, estudar e colocar em prática algumas coisas. Pretendo, talvez no futuro, me dedicar oficialmente a essa filosofia. Ainda não sei. Por enquanto deixo como está. Estou em paz dessa forma.
Ando seguindo um dia de cada vez. Muitas pessoas me perguntam o que vai ser do meu futuro. Do fundo do meu coração, respondo que não sei. Em relação aos meus planos, digo com sinceridade: ainda não planejei. Tinha receio de admitir essa verdade: de que acredito que o futuro é incerto e é inútil planejar muito a longo prazo; muita coisa acontece, nada sai como esperado. Mas por viver em meio a pessoas que estão sempre um passo a frente, sempre um dia adiante, sempre pensando no futuro, acabei me adaptando. E acabava fazendo planos também, apenas para me adaptar. Atualmente respiro e digo para mim: uma respiração de cada vez, um dia de cada vez, um passo de cada vez. Também é um ensinamento budista, e estou em paz por segui-lo. Meus planos para o futuro nunca funcionaram, sempre acaba me limitando e me frustrando. Tenho deixado as coisas seguirem seu rumo, e na maioria das vezes me surpreendo: a vida me traz mais do que eu esperava. Está sendo bom. Estou em paz com isso.
Percebi que me levo pouco pelo medo. É engraçado, porque sempre me vi como medrosa. Mas o medo mesmo, não me impede. Tenho me visto como corajosa. Não aquela coragem que as pessoas tanto falam, que não sente nada, que não pensa em nada, que passa por cima de tudo e não se permite ser frágil. Me sinto frágil, mas também corajosa. Acho que é preciso sim, ter muita coragem pra ser frágil. Admito: sou medrosa, e às vezes um pouco frágil. Ainda há muito o que fazer, mas estou em paz, assim mesmo. Estou caminhando, um passo de cada vez.
Estou em paz porque, eu estava — e ainda estou — em um momento muito, muito difícil da minha vida. Estou passando por um período turbulento, e acreditava que nunca conseguiria me sentir em paz. Ainda tenho muito o que caminhar, mas o pouco de paz que ando sentindo, o pouco de tranquilidade, eu não acreditava ser possível. E estou em paz por perceber que é. Não sei como vai ser daqui para frente, e no momento não estou preocupada. Hoje estou em paz, amanhã já não sei. Continuo seguindo um dia de cada vez.
- segunda-feira, agosto 20, 2018
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